150
anos do nascimento de Ernesto Nazareth
A
busca por compositores brasileiros na história da música
Nos
últimos dias, após ouvir obras de Verdi, Mozart, Vivaldi, Shubert e
Bruckner, percebi que conheço mais sobre as músicas de compositores
europeus do período renascentista, clássico e romântico, do
que os compositores brasileiros. Neste sentido, aproveito o ensejo
das comemorações dos 150 anos de nascimento do compostor brasileiro
Ernesto Nazareth, para conhecer melhor a música brasileira, bem como
os grandes nomes dos compositores que marcaram época, registraram
história, e que precisam ser conhecidos e valorizados pelos brasileiros em geral.
Poucos
sabem, mas existe sim o “Tango Brasileiro”, e o grande expoente
deste estilo musical é justamente Ernesto Nazareth, que nasceu no
Rio de Janeiro, em 20 de março de 1863. Filho
de Vasco Lourenço da Silva Nazareth, despachante aduaneiro, e
Carolina Augusta da Cunha Nazareth, teve como local de nascimento a
casinha identificada pelo nº 9, da Rua do Bom Jardim (atual Rua
Vidal de Negreiros), num dos flancos do Morro do Nheco (depois
chamado Morro do Pinto), entre os bairros de Santo Cristo e Cidade
Nova. Em 1874, após o falecimento de sua mãe, que fora a primeira
professora de piano, passou a receber lições de Eduardo Rodolpho de
Andrade Madeira, amigo da família, e, mais tarde, de Charles Lucièn
Lambert, afamado professor negro, de New Orleans, aqui radicado e
grande amigo de Louis Moreau Gottschalk. Depois disso, seguiu
sozinho, fazendo-se praticamente autodidata.
Vale
destacar, que Ernesto Nazareth nos deixou um legado de 211 peças musicais.
Em 1877, aos 14 anos, compôs sua primeira música com o título "Você
bem sabe",
em estilo “polca-lundu”, dedicada a seu pai, pois o título na
verdade é um recado ao pai, no qual “bem sabia” que a paixão de
Ernesto era a música, a peça foi publicada em 1878. A partir daí,
compõe quase que ininterruptamente e em 1893 compôs o seu primeiro
grande sucesso, o tango “Brejeiro”,
com o qual alcançou sucesso nacional e até mesmo internacional,
sendo pulicada em Paris e nos EUA em 1914, inaugurando assim o gênero
“tango brasileiro”, predominante em sua obra e que por isso o fez
ser conhecido como “o rei do tango”, Mais tarde, por volta de
1910, é contratado para tocar na sala de espera do Cine Odeon, que
ficou imortalizado por dar nome à sua peça mais famosa, o tango
“Odeon”. Assim, eis as 02 obras mais famosas de Nazareth,
“Brejeiro” e “Odeon”, ambas são de fato familiares a muitos
brasileiros pois estão reconhecidamente imortalizadas no repertório
da música brasileira. Certamente você já deve ter ouvido essas
duas canções em algum lugar desse Brasil!
Yamandu Costa e Rogério Caetano tocam "Odeon"
Apesar
de ter negado durante muito tempo sua influência popular, Ernesto
Nazareth pode ser considerado como “a ponte” entre dois mundos
distintos: da tradição erudita e o da música popular. Mesmo com
técnica pianística fina, apurada e com estilo europeu, o
compositor desenvolveu gêneros populares. A música das ruas do
século XIX, como por exemplo: polcas, tangos, maxixes e choros, encontraram no
piano de Nazareth uma releitura sofisticada, gênese de uma
brasilidade própria, um modo de apresentar o Brasil na música.
O Instituto Moreira Salles, em parceria com Musica Brasilis e Instituto
Jacob do Bandolim criaram um site com vasto acervo digital das obras
de Ernesto Nazareth, como ação comemorativa aos 150 anos de nascimento deste grande músico brasileiro. Clique aqui e acesse o referido site.
COMEMORAÇÃO
EM VITÓRIA (ES)
O
SESC – ES, através do projeto “Sesc Partituras” realizará amanhã uma homenagem à Ernesto Nazareth.
Local:
Igreja São Gonçalo – Centro – Vitória ES
Data:
14/04/2013 (Domingo)
Horário:
18h
Apresentação
da pianista Cleida Lourencio
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